Rankeando Todos os Shoujos que Já Li

E aí, moçada! Tudo tranquilo?! Eu estou muito bem, obrigada. Os últimos dias foram bem movimentados por conta das eleições americanas, não é mesmo? Devo admitir que eu não me envolvi tanto com esse assunto lá pelo país Twitter, mas digamos que a mudança de cargo me deixa feliz. Não por quem ganhou, mas sim por quem perdeu. Nos últimos dias, eu li bastante coisa de mangás, o que me deixa feliz já que minhas maratonas literárias se perderam junto com os trajetos de busão que eu nunca mais fiz, tanto por ter saído da escola quanto por causa da infeliz pandemia que vivemos. Devo dizer que ando desbravando a demografia Josei, e os variados títulos pelos quais me aventurei conseguiram me levar do céu ao inferno várias e várias vezes. Não é nem por se tratarem de tramas adultas e com muita coisa explícita, mas sim pela forma como relacionamentos conjugais são geralmente abordados. Pretendo fazer um post sobre isso, mas preciso ler mais títulos para produzir um texto com mais propriedade no assunto. E por falar em propriedade no assunto, eu decidi fazer uma coisa ousada hoje: rankear todos os shoujos que eu já li. Sim, isso mesmo, Lives fez uma loucura dessa. Será que você aí, intrépido leitor de meus posts titânicos, está preparado para mais uma longa aventura? Então bora sim'bora que hoje a coisa tá interessante >>>

Bom, a primeira coisa que eu percebi enquanto escrevia esta postagem é que não é fácil escrever esse tipo de postagem, e teria sido ainda pior se eu tivesse usado o site com os modelos de tabela que os Youtubers geralmente usam. Qual a dificuldade? Indo no meu MyAnimeList, eu percebi que existe uma quantidade relativamente graúda de títulos shoujos que eu já li, e falar disso tudo num mesmo post pode deixar a leitura cansativa, nem um pouco atrativa à vocês. Eu tentei adaptar tudo de uma forma que eu consiga passar minhas ideias e ser o mais econômica possível sobre cada título — e por falar em título, nem tudo de shoujo que eu li está aqui! É preciso atentar para alguns critérios muito importantes: histórias de um volume só, com menos de dez capítulos ou que ainda estão em andamento não vão entrar aqui. Foi o meu jeito de resumir as coisas. Assim sendo, vamos lá:

FAVORITOS 

Ayashi no Ceres | Banana Fish | Fushigi Yuugi | Hakushaku Cain Series (Godchild) | Hanakimi | Ludwig Kakumei | Mars | RG Veda | Tenshi Kinryouku

Essa categoria é para aqueles que eu mais gosto, independentemente de padrão de qualidade. Ayashi no Ceres é a trama de Yuu Watase mais bem balanceada no que se diz respeito à drama, sobrenatural e romance, apesar de ainda ter seus momentos novelão. Eu adoro a protagonista Aya, sua contraparte Ceres, o boy magia Tooya, e todos os secundários — mas acima de tudo gosto muito do final, que é feliz mas com aquele gostinho de "à que custo?". Maravilhoso, apenas. Banana Fish dispensa comentários, é o amor da minha vida, meu mangá favorito de todos os tempos, e se tiver algum defeito eu faço a egípcia *risos*. Óbvio que isso é mentira, senão esse post aqui (www) não existiria. Mas ainda assim, meu amor pela obra e o quanto ela significa para mim são maiores que qualquer defeito.

Já fiz um post gigantesco sobre tudo o que eu penso de Fushigi Yuugi bem aqui (www). Já apresentei Hakushaku Cain Series e sua sequência, Godchild, nesse post aqui (www) onde também discorri brevemente sobre o meu amado RG Veda. As duas partes são provavelmente minhas obras favorita da Kaori Yuki, pois considero-as o ponto em que a narrativa da autora foi mais consistente, o puro suco do romance gótico. Por falar em Kaori Yuki, tem outras duas obras dela nesse ranking: Tenshi Kinryouku, que já foi amplamente comentado aqui (www) e Ludwig Kakumei, que eu sequer citei por aqui. Basicamente, é a história de um príncipe muito egocêntrico e narcisista que precisa logo encontrar uma princesa para se casar, mas toda a princesa que ele encontra, bem... Não é o que parece ser. É uma trama muito engraçada, muito criativa e que subverte muitos contos de fadas como só a rainha Kaori Yuki consegue fazer. O que posso dizer? Dona desse blog e do meu respeito.  Eu já fiz um post falando sobre o quanto eu gosto de Mars e os motivos aqui (www), junto com outros mangás que a Hina-chan indicou. No caso de Hanakimi, foi o primeiro mangá que eu li na minha vida, o primeiro mangá que eu li em inglês na época nenhum fansub tinha traduzido e meu segundo mangá favorito da vida, logo atrás de Banana Fish. A comédia é excelente, os personagens são todos uns amores e é o tipo de trama que abraça o absurdo com gosto, do jeito que eu gosto. Deixo um post em que a Hina-chan, padroeira dos shoujos na blogosfera, falou um pouco mais sobre (www).

MUITO BONS

Dengeki Daisy | Fruits Basket | Guignol Kyuutei Gakudan | Kaichou wa Maid-sama | Kamisama Hajimemashita | Lovely Complex | No.6 | Ohayou Ibarahime | Orange | Tokyo Babylon

Aqui estão todos os shoujos que, apesar de não serem meus favoritos, contam com um grande carinho da minha parte e que eu acho genuinamente acima da média. Dengeki Daisy é divertido, com uma protagonista maravilhosa, um boy magia cheiroso demais e uma trama muito bacana — eu posso ter algumas ressalvas quanto à reta final, mas num geral é muito bacana. Fruits Basket poupa apresentações, é um dos melhores shoujos que eu já li na minha vida e que estou tendo o prazer de rever animado agora, em 2020. A trama é de uma sensibilidade que me assusta e por vezes me atinge feito uma facada. Seus personagens são extremamente carismáticos e palpáveis em muitos momentos, e a protagonista é das melhores e mais profundas que eu já vi na demografia. Sinceramente, eu não tenho palavras certas pra comentar o que é figura da Tohru Honda aos meus olhos, e o quão bem ela conversa com meus medos. É muito sentimentalismo envolvido, ao ponto de eu ter medo disso, ás vezes. Ainda assim, eu indico para você, que gosta de uma boa leitura e de um texto que vai além do mero entretenimento. Furuba vai conversar direto com teus sentimentos, e pode até catucar algumas feridas, mas é impossível passar imune por esse título.

Guignol Gakudan é uma história gótica sobre zumbis bem diferente, de autoria da Kaori Yuki novamente e é uma história que até hoje eu não sei ao certo como termina. Nenhuma scan em canto nenhum traduziu os últimos capítulos, e eu tive de me satisfazer com spoilers sobre o final — mas fica a dica, a trama é bem interessante. Maid-sama foi um dos primeiros shoujos que eu consumi na minha vida, e até hoje é um dos que eu mais considero. Cheguei a reassistir o anime, uns dois anos atrás — ele continua muito bom, inclusive. Falei minha opinião sobre o maravilhoso Kamisama Hajimemashita  aqui (www). Lovely Complex foi muito divertido, eu gosto das mensagens que a história passa e como o casal principal me lembrou meus pais, já que tanto a personalidade quanto a questão das alturas do Otani e da Risa parecem com eles. No.6 foi uma indicação de Any-chan que eu posterguei até não dar mais, e eventualmente li o mangá e assisti o anime — ambas as mídias são incríveis, a história é fenomenal, e pra mim é curioso perceber que a autora, Atsuko Asano, é uma fã de Banana Fish. Hmmm, agora muita coisa faz sentido. Vou deixar um post de Any pra que vocês confiram mais sobre a obra (www). Ohayou Ibarahime e Orange foram duas indicações da Hina-chan que eu esqueci no churrasco enquanto escrevia o post "Hina-chan Indicou, Eu Li", mas são dois mangás muito bons e que merecem ser conhecidos. Talvez haja uma ressalva só para Orange, caso você tenha certos gatilhos. Pesquise sobre a obra antes de consumí-la. Tokyo Babylon é um dos meus queridinhos da CLAMP, e o Subaru em si é um dos protagonistas que eu mais gostei de acompanhar das tramas mais famosas do grupo de mangakás — pena que, após Tokyo Babylon, elas decidiram colocá-los em X, mas daqui à pouco falamos melhor sobre isso.

BONZINHOS

Ao Haru Ride | Cardcaptor Sakura | Gohou Drug | Kyou no Kira-kun | Magic Knight Rayearth | Wish

Os bonzinhos são aqueles que eu acredito serem bons, mas por um motivo ou outro não passam disso. No caso de Ao Haru Ride, não tem grandes motivos mesmo, só o santo que não bateu. Eu gosto da Futaba, não tenho muita paciência com o Kou (apesar de que sim, eu sei que tem motivos pra ele ser do jeito que é) e não lembro de nenhum secundário. Ainda sim, é um romance escolar bem gostosinho. No caso de CCS é só porque eu acho o anime bem melhor mesmo. Expandiram a história de uma forma que, ao contrário do usual, ficou muito bacana, além da adição da Mei Ling, o que conta muito também. Gohou Drug é meio que um xxxHolic das farmácias e que teve muito menos tempo para ser explorado. Talvez se a CLAMP tivesse escrito mais coisa, mostrado mais dos personagens, a história estaria um degrau mais alto nesse ranking, porque a premissa é boa e os personagens são interessantes. Kyou no Kira-kun é divertidinho, mas eu acho a abordagem da doença do Kira-kun meio estranha, chega num ponto (o final, mais especificamente) que o drama em cima disso perde força e fica só desinteressante mesmo. O próprio Kira-kun não é um personagem lá dos mais interessantes, diferente da protagonista Okamura, que carrega essa história nas costas e tem uma evolução de personagem muito bacana. Guerreiras Mágicas de Rayearth e Wish são duas histórias da CLAMP que eu acho bacaninhas, mas que não vão além disso. Aliás, tem duas coisas muito legal em Rayearth: o plot twist da segunda fase e o final. Esses sim foram bem notáveis. Parando pra pensar, acho que o final de Wish é bem bacana também. É coisa da CLAMP, gente — tudo que não for X eu vou sempre gostar.

NADA DEMAIS

Black Bird | Clover | Fairy Cube | Ichigo Jikan | Sora Log | Zettai Kareshi

Os nada demais foram histórias mais curtinhas e que não surtiram muito efeito na minha pessoa. Aqui nós  temos alguns romances inofensivos e Black Bird, que é... Bem... Algo que a gente pode discutir. A verdade é que faz muito tempo que eu li Black Bird, e eu li numa época em que eu não tinha um discernimento tão bom entre "problemáticas de casal" e "casal problemático". Pelo pouco que eu me recordo, existem situações em que nosa protagonista humana, dona de um sangue mágico muito especial, e o boy magia Tengu dela, entram em atrito de uma forma nada legal. Para dar meus três centavos de forma mais clara sobre, eu precisaria reler, mas a história como um todo não me animou tanto, então não, não pretendo reler. Mas atenção: caso você se interesse em ler, fique sabendo que a história possui gatilhos e que talvez não seja tão romântica assim.

ESQUECÍVEIS

Hakushaku to Yousei | Houkago Hokenshitsu | Iiki no Ki | Last Notes | Vampire Knight | X | Yasha

Os esquecíveis são separados em três categorias básicas: aqueles que eu já esqueci (Hakushaku to Yousei, Houkago Hokenshitsu, Iiki no ki, Last Notes), aqueles que eu  estou na pretensão de esquecer (Yasha, Vampire Knight) e o intragável que é tão ruim que eu não esqueço (X). Da primeira categoria não tem muito o que dizer, até porque não lembro de nada, então vamos pular para os três títulos das últimas categorias. Yasha foi o primeiro trabalho da Akimi Yoshida após Banana Fish, e eu sinto que ela tentou replicar a fórmula do seu título mais popular numa trama ainda mais rambolesca e com uma pitada de ficção científica. Funcionou comigo? De jeito nenhum. Não fui com a cara de nenhum dos personagens, detestei a ideia de ela ter feito esse mangá no mesmo universo que Banana Fish e ainda me matar personagens de lá aqui isso foi uma verdadeira sacanagem e a trama por si só não teve muita substância. Ainda assim, eu gosto da identidade visual das capas, com o contraste entre preto, branco e vermelho. No caso de Vampire Knight é porque a história me irritou além da conta. Teve um momento da história em que eu comecei a desejar por um hecatombe que varresse todos aqueles personagens da minha frente, à exceção apenas do Zero que não é lá dos melhores personagens, mas ainda assim achei ele deveras gostável. Nem preciso dizer que eu peguei um ranço supremo do Kaname, né? Aaah, quem me dera ter uma boa panela de pressão pra meter na cara desse paspalho. Me delicio só de imaginar o estrago. Sobre a protagonista: E tem? Brincadeira. Nem fede nem cheira. Ela tá lá e eu tô aqui graças a Deus.

Agora vamos à revolta. Ao negócio que fez eu me roer todinha, espumar na mais pura sensação de rage: X, das minhas queridas e maravilhosas CLAMP. Se nesse post eu ainda não deixei claro que sou fã das CLAMP, me permitam verbalizar: eu sou muito fã das CLAMP. Elas fazem parte de um período extenso da minha vida, e sem dúvidas as admiro imensamente — mas não ao ponto de achar X bom. Do que se trata X? Em teoria é uma sequela que escalona os eventos de Tokyo Babylon e tendo outros protagonistas, com uma temática de fantasia apocalíptica, se é que podemos chamar assim. Eu fico com raiva porque apesar dos conceitos interessantíssimos empregados na história, mas que se perdem num verdadeiro carnaval de erros. Menção honrosa aos dois protagonistas inimigos, ditos os grandes trunfos da série mas que, para mim, são os piores aspectos da mesma, principalmente o senhor Kamui. E o que elas fizeram com o Subaru? Deus amado, tenha dó. A história tem uma pegada mais séria, o desenho é carregado por um gore bem feito, mas se perde em decisões questionáveis e desgastantes — MUITO desgastantes. A pior parte disso tudo é que X nunca vai ter um final digno por conta de todos aqueles problemas com desastres no Japão na década de 1990, senão quem sabe houvesse algo que redimisse o mangá no meu conceito, mas nem. Raiva definia e, pelo visto, vai continuar definindo minha experiência com X.

Pois bem, por aqui encerramos a postagem de hoje. Espero que vocês tenham gostado e que possam relevar os meus pequenos momentos de exaltação no último tópico. Normalmente eu não perco tempo falando mal do que eu não gosto, mas acho que esse tipo de post ficaria incompleto sem esse tópico, então está aí. Não me matem, por favor. Até semana que vem e um xero <3