Hina-chan Indicou, Eu Li

E aí, moçada? Gente do céu, eu vou aproveitar o momento "introdução que ninguém lê" pra fazer um pequeno desabafo. Euzinha, a fã cadelinha de Banana Fish, comprei minha edição brasileira na pré-venda, e isso foi logo nas primeiras semanas, pois dei a sorte de pôr a mão num dinheirinho maroto. A questão é: faz seis dias que a pré-venda acabou e o raio do produto não foi enviado. Tá certo que ainda está no prazo de envio a Amazon me deu até dia 19/08 pra entregar, mas tendo em vista algumas coisas que estão acontecendo com as pré-vendas da Panini, eu estou um tanto de nada preocupada. "Mas Lives, que coisas?". Se vocês foram agora na página da edição deluxe de Vinland Saga na Amazon, vão ver do que eu estou falando. Eu fiquei sinceramente assustada com a quantidade de comentários falando que não tinham recebido, que deu gás com quem comprou na pré-venda, enfim. Vou reunir toda a paciência possível até dia 19, rezando de pés juntos pro meu bebê amarelinho chegar. Inclusive, foi o primeiro mangá japonês que eu comprei na vida, acreditam?

Bem, indo para o que interessa, o post de hoje é muito especial, pois vai ser dedicado à raposinha sensual, à mulher disseminadora da palavra shoujeira, à pioneira na profissão "fã de 2D cabeludo", Hina-chan! Antes de mais nada, é interessante explicar que esse post surgiu por dois motivos: 1) Minha incapacidade de catar os posts dela na blogagem da minha história na blogosfera, sendo que ela lembrava de mim em um monte de post; 2) O monte de mangá legal que li por indicação dela. Além disso, são mangás que, creio eu, não sustentariam um post próprio, e que dificilmente eu vou ter espaço para falar deles. Entendido, galerê? Então, só bora >>>

INU X BOKU SS

Esse é daqueles mangás que eu passei anos enrolando pra ler, mas acabei lendo, afinal de contas. A premissa é simples: Shirakiin Ririchiyo, membra do clã Shirakiin, é enviada para morar na Maison de Ayakashi e ficar sob a tutela do tão famoso serviço secreto do lugar.  Detalhe: todos nesse lugar são descendentes de criaturas sobrenaturais, incluindo a própria Ririchiyo. Dentre os outros moradores do Maison de Ayakashi está o guarda-costas de Ririchiyo, Miketsukami Soushi, um cara deveras masoquista que admira muito a Ririchiyo e que sempre coloca ela no topo das prioridades, em detrimento, inclusive, das próprias necessidades. Nem preciso dizer que vai sair um romance daí, né?Meu primeiro contato com Inu X Boku foi através da animação. Como a boa jogadora de Amor Doce que eu era, vi várias vezes o Miketsukami ser comparado visualmente ao nosso querido Lysandre, mas o que me convenceu à assistí-lo foi sua opening, "Nirvana". Inclusive, bom citar, acho essa música ótima até hoje. A one-cour do anime só cobriu a parte inicial da história, mostrando o desenvolvimento do relacionamento entre Ririchiyo e Miketsukami - que são os poucos momentos água com açúcar do plot. Depois daí, a autora dá início à uma desgraceira digna de aplausos, onde ninguém, repito, ninguém está à salvo. As escolhas da Cocoa Fujiwara podem parecer abruptas, mas se você prestar atenção, vai perceber que desde o princípio tinha alguma coisa estranha no ar. Além do mais, é esse diferencial que torna a história impactante e, de certo modo, única. Pelo menos eu não lembro de nenhum shonen indo nessa linha. E sim, é um shonen, ou pelo menos assim é dito no MAL.

Eu achei uma história divertida, e por mais que o plot da segunda fase pareça confuso, se você se esforçar um pouquinho consegue entender. Os personagens secundários são simplesmente maravilhosos, todos são bem carismáticos e memoráveis, dadas suas particularidades bem exótica eu nunca mais verei pessoas do mesmo jeito depois do Kagerou. Apesar dos meus elogios, existem algumas coisas que valem à discussão nesse mangá, como o fato da autora gostar bastante de explorar os detalhes do corpo da Ririchiyo e o próprio romance dela com o Miketsukami, sendo que ele tem 22 e ela tem 15. É uma relação bonita sim, mas não podemos deixar de conversar sobre esses sete anos de diferença aí, principalmente pelo fato da menina ser uma fucking menor de idade. Como essa conversa é longa, vou deixar um post da Hina-chan problematizando esse e outros shojos (www), pois a minha opinião e a dela são bem similares. Sabendo disso, você pesa aí na balança se vale à pena ler ou não. Na minha opinião, apesar dos notáveis poréns, é um bom mangá com bons plot twists, que valeu à pena a leitura com toda a certeza.

KAMISAMA HAJIMEMASHITA

A história da vez segue Nanami Momozono que é uma grande Momozona, que foi abandonada pelo pai, depois do sujeito fugir da cidade por não ter como pagar suas dívidas. Despejada da casa em que morava, ela topa com um homem chamado Mikage, à quem ela ajuda e é recompensada com um novo lar para morar. Esse lar, no entanto, é na verdade um templo, e ela se tornou a nova deusa daquele lugar. Dentro do templo, vive o familiar de Mikage, Tomoe, que simplesmente se recusa à servir à qualquer um que não seja o seu antigo mestre. Entre trancos e barrancos, Nanami vai ter que sustentar essa situação toda e ainda tentar ser uma estudante normal.

Eis o mangá que todo mundo gosta, e se a pessoa não gostar, definitivamente o problema está na pessoa e não no mangá. Sério, tem como não gostar de Kamisama Hajimemashita, com sua protagonista maravilhosa, o boy raposa cheirosíssimo, e seus secundários tão cheirosos quanto? Eu não lembro de defeitos dessa história, com a maior honestidade. Apesar do tamanho considerável  25 volumes e você que lute, até o último momento essa história te mantém vidrado, e quando você acaba, fica aquele famigerado gostinho de quero mais. A Nanami é uma mocinha sensacional, que te faz rir e te deixa com orgulho por sempre enfrentar as frescuras do boy magia de frente. O Tomoe, inclusive, é um show à parte. Se no começo você fica com um pé atrás pelo temperamento difícil que ele demonstra ter, no restante do mangá você só quer pegar ele e a Nanami, trancar num potinho de purpurina amarela e proteger de todo mal. Inclusive, vamos parar para falar de algo muito importante: Tomoe do cabelão (www - www - www). Isso é muito importante de verdade.

Escrevendo esse tópico, inclusive, eu fui atrás de imagens do mangá, e uma sensação muito gostosinha de quentinho no coração veio - e com ela a famosa vontade de reler. Quem sabe? Provavelmente essa foi a indicação da Hina-chan que eu mais gostei até o presente momento.

MARS

Duas pessoas extremamente opostas. Assim são Kira, uma jovem cheia de conflitos interiores, tímida e introspectiva, e Rei, um sujeito bem arrogante, que é o típico rebelde "sem causa", que adora participar de corridas de motos. A menina, com uma veia artística para desenho, acaba encantada pela visão de Rei beijando uma estátua de Marte (equivalente à Ares, Deus da Guerra), e termina convencendo-o a posar para ela. Daí pra frente, você vai se deparar com um enredo sensível, que sabe dosar drama e romance com uma pitada de comédia inclusa.

Eu não sei bem o que eu esperava de Mars, mas ele é, sem dúvidas, um shojo inesquecível - e infelizmente pouco falado. Seus dois personagens principais, cada um à sua maneira, são apaixonantes, carismáticos, e é difícil não torcer pelo casal. Sério, foca nesse mulherão (www), nesse homão (www), e nesse casalzão (www - www). Outro ponto interessante é que ambos possuem uma relação intrínseca com suas paixões desenho e motos, que fazem parte da inserção de um na vida do outro e vice-versa, bem como são a porta de entrada para os problemas pessoais desses personagens. Problemáticas essas que incluem suicídio, abuso sexual e doméstico e como suas vítimas enxergam essa situação - e é aqui que se dá aquela sensibilidade que citei no princípio do tópico (fica alerta de gatilho, inclusive). A Kira é uma grata surpresa nessa demografia que está lotada de protagonistas resumidas à sentenças depreciativas e/ou nada animadoras - pois apesar de suas dificuldades, ela progride muito nos 15 volumes de Mars. Além do plot, uma coisa bem inusitada aqui é que, apesar dos personagens carregarem nomes japoneses, a história em si é bem ocidentalizada, com os personagens indo pra escola com roupas normais e a ambientação das ruas sendo bem "americanahs". Quem gosta de shojo e de um bom romance, onde o casal cresce junto e um ajuda o outro à superar suas dificuldades, essa história aqui é um prato cheio! Digo inclusive que, se Kamisama Hajimemashita é meu TOP 1 indicações da Hina-chan, Mars é meu TOP 2.

ES: ETERNAL SABBATH

Da mesma autora de Mars, Eternal Sabbath é uma ficção científica seinen com algumas muito boas pitadas de romance, que foca em questões genéticas e discute alguns aspectos da humanidade no processo. Nosso protagonista, Ryousuke Akiba, carrega consigo um gene de nome ES, que tem relação com suas habilidades telepáticas. Durante um assalto, ele acaba conhecendo a doutora Mine Kujou, e os dois acabam tendo que trabalhar em parceria para resolver crimes brutais que estão sendo cometidos por uma pessoa como Ryousuke: um indivíduo com o gene ES.

Eu acho que não tenho palavras o suficiente em meu vocabulário pra explicar minha surpresa com o fato desse mangá não ser muito conhecido. É um caso similar à Mars, ambos são obras que tem tudo pra serem amadas pelo público, mas se não fosse a Hina-chan, provavelmente eu não saberia da existência dessa história. No decorrer do plot, nós percebemos o cuidado que a autora tem com aspectos teóricos da genética, o que concede um ar de realidade maior à sua proposta. Para além da ficção científica em si, Fuyumi Souryou ainda insere discussões muito pertinentes em seu argumento, das quais, em minha opinião, se destaca o segmento que comenta sobre maternidade e aborto. Eu não lembro de ver outras obras japonesas realizando essa discussão da forma impactante e sensível que acontece aqui. Existe também uma ampla discussão sobre o que nos faz humanos, bem como as possíveis ambiguidades do termo "humanidade", e a autora se vale de muitas situações incômodas para expor seus questionamentos. Aqui acolá, nos deparamos com algum furo ou uma conveniência, mas, pessoalmente, não foi algo que me incomodou. Os personagens aqui são outra descoberta maravilhosa - a Mine é uma mulher foda, extremamente capaz nos seus trabalhos científicos e corajosa o suficiente pra peitar as situações bizarras que vão acontecendo conforme ela se aprofunda nos crimes que está investigando. Já o Akiba ou Shurou é um maravilhoso, é impossível não se apaixonar por esse lado misterioso e carismático dele. O casal que vai se formando aqui, então? O verdadeiro significado de power couple. O vilão, cuja identidade pode ser um spoiler, é muito bom também - tanto por ser uma figura pouco óbvia nesse tipo de narrativa, quanto por nos dar uma constante sensação de estranheza. Uma pessoa assim não devia ser capaz de realizar tantos massacres. Pra quem estiver interessado, nem precisa hesitar - vai atrás que vale à pena. Recomendo de coração aberto.

Beleza pessoal, esse foi o post de hoje. Espero que tenham gostado, perdoem pelo post gigantesco, mas eu realmente precisava comentar esses mangás. Acho que, à essa altura, só falta NG Life, Akatsuki no Yona e Uraboku da lista "Recomendados da Hina-chan". Se ela der sinal de vida aqui, prometo fazer uma parte dois desse post com os mangás restantes quando eu ler. Um xero e até a próxima  <3