29.6.20

Coisas que Eu Não Gosto em Banana Fish

E aí galerinha marota? Tudo nos conformes? Espero que sim. Queria, antes de mais nada, agradecer a receptividade de vocês com o nosso post anterior - mais rápido do que eu esperava, ele se tornou um dos posts mais vistos que nós temos no blog, e olha que nem é do Together. Sim, eu reparo nessas coisas, e geralmente os posts com mais visualizações são aqueles do nosso querido projeto. Não que eu faça questão que um post meu bombe ou coisa desse tipo, eu escrevo porque eu gosto - mas é sempre bom ver que aquilo que fazemos é apreciado. E por falar em escrever, eu tenho feito muitos rascunhos para cá, inclusive algumas antecipações bem legais. A quarentena têm me dado tempo de produzir bastante conteúdo, o que tem me deixado bem feliz, de verdade. Sinto que estou tirando o atraso dos meus tempos de hiatus.

Tendo terminado a enrolação padrão, vamos dar uma ligeira introdução à esta postagem. Quem não me acompanha lá no Twitter não deve saber ainda, mas Banana Fish é o mangá que ocupa, atualmente, o topo da minha lista de favoritos. E honestamente, estamos em um ponto que dificilmente alguma obra vai destronar nosso Banana Peixe. Muito mais do que um mangá que me entreteve, foi uma história que me fez refletir, me fez feliz, me fez triste e me fez tremendamente revoltada. Há um envolvimento emocional muito grande aqui, inclusive, sinto que a Lives que se aceita emocional veio ao mundo por intermédio de BF, que abriu as portas do meu lado mais empático. Eu quero fazer um post mais profundo sobre, mas como fazem dois anos desde a última vez que eu li o mangá, eu não conseguiria fazer um post à altura da profundidade que eu sinto, tem muita coisa que eu não lembro. Mas aí, enquanto eu lavava a louça, percebi que muitos dos pontos que eu não gosto na obra estão bem frescos na minha memória, e porque não tirar um post disso? Só assim eu posso despejar meu amor à vontade quando o outro post vier. Tendo dito isso, vamos lá >>>
A MUDANÇA DO TRAÇO {mangá}
O mangá foi meu primeiro contato com Banana Fish, e uma coisa que chama a atenção de todo mundo num primeiro momento é: parece o traço de Akira. E realmente parece, a Akimi Yoshida conseguiu emular até direitinho a arte do Katsuhiro Otomo - logicamente, não tão detalhado ou idêntico, não era essa a intenção da autora. Esse estilo (www - www) dura por uns três volumes ou quatro, até chegar no arco em que cortam o cabelo do Ash, quando visual claramente inspirado no River Phoenix é introduzido. Muita gente reclama do estilo que a Yoshida adotou nessa parte, mas pessoalmente eu gosto - lógico, não é algo que vai constar nas listas de desenhos mais fodas de todos os tempos, e nem precisa ser. Sabe porque? Porque esse desenho acaba sendo característico, uma espécie de "marca" do mangá, afinal, os momentos mais memoráveis da história decorrem nessa parte, desde os memes até as interações do meu OTP (www - www - www). Certo, onde está o problema, então? Na terceira mudança. Eu realmente não entendo o que aconteceu aqui (www - www). Claro, não vou desmerecer a autora ou partir com cinco pedras na mão pra cima dela, mas esse traço é bem estranho, e não parece ter sido mudado para atender à propósitos da trama ou algo do tipo, então....? Eu não tenho ideia, só sei que eu não gosto dessa última mudança. Os personagens ficaram estranhos, "queixudos", e a composição de cenário começou à ficar em falta. À exceção dos cenários com paredes grafitadas, que continuam bem bacanas. Pensando agora, eu acredito que essas faltas ocorram pelo fato de que, provavelmente, a Yoshida nunca tinha ido aos EUA antes. Pois sim, década de 1980, uma passagem de avião ou de navio não era das coisas mais baratas, e por mais que houvessem livros de fotografias e filmes ambientados na casa do Tio Sam, nunca essa experiência iria se comparar à de andar por Nova York, não é mesmo? Inclusive, acredito que esse último foi um ponto que o anime conseguiu melhorar bastante. Parece óbvio eu querer dizer isso, mas não posso ignorar o trabalho dos animadores e desenhistas que conseguiram melhorar esse aspecto, né não? Relembrando, pra mim isso não é um demérito, é só um ponto que pessoalmente não me agrada.
OS TEMPOS NÃO ESTÃO TÃO ATUAIS ASSIM {anime}
Eu devo admitir que eu torci o nariz um pouquinho quando disseram que iriam realocar os tempos da história dos anos 1980 para os anos 2010 no anime. O mangá é tão bem encaixado em 1985, incorpora tanto estilo, cotidiano e até mesmo as músicas  quem quer um post das músicas oitentistas que combinam com Banana Fish?, que eu fiquei um tanto desapontada com essa proposta do anime. Mas tudo bem, uns tempos depois do lançamento, eu já tinha digerido a ideia - afinal, acabei me apaixonando pelo anime de Banana Fish. Foi uma boa surpresa e uma grata adaptação do material original, que ganha muitos méritos, inclusive, por conseguir melhorar muito do conteúdo de base. Em especial, o episódio 9 e 19 são duas preciosidades, que nos mostram o nível de dedicação de foi posto nessa produção, por parte da staff e, principalmente, dos Voice Actors. Mas existem alguns pormenores que ficaram na minha cabeça com relação à decisões da adaptação. Primeiro, porque cortar as participações mais ativas do Eiji nas investigações? Um dos pontos que mostrou como nosso querido Ei-chan não era um estorvo foram as ajudas que ele deu nas investigações, inclusive descobrindo códigos no começo da história! Sabe a cena do computador? Aquela do aperto de mão com o Yut-Lung e os Asheiji. Pois é, ele ajudou nessa parte. Segundo: existem coisas na história que não foram tão bem atualizadas assim. À despeito das músicas muita gente reclama das músicas de abertura, não sei de motivos, existem aspectos da história que não colam tão bem com o nosso presente e que permaneceram lá. O estereótipo do personagem Cain, que é negro, traficante e líder de gangue, e é basicamente resumido à isso; Essa situação muito esquisita onde praticamente todos os homens do lado do Papa Dino querem ter alguma coisa com o Ash do jeito que fica, essa questão é praticamente uma conveniência de enredo; As personagens femininas, que já não tinham tanta presença no mangá, mas no anime diminuíram mais ainda a irmã do Shorter é apresentada e some; E um último ponto, que me revolta tanto que vai ter um tópico só pra ele...
O (MALDITO) ARCO DO HOSPITAL
Como explicar o quanto esse arco do hospital me irrita? *inspira, expira* Vamos tentar. Pra quem não lembra, lá pela metade da história, após um conflito trágico com o Arthur, o Ash é levado para um hospital de fachada, e dentre outros conflitos, ele precisa escapar daquele lugar. Nesse ínterim, ele se utiliza das suas "habilidades" para seduzir os guardas, o que já é bem perturbador por si só, mas você, expectador, precisaria estar realmente prestando atenção pra pegar o teor dessa situação. Mas por qual motivo? Porque a autora achou uma boa ideia fazer desse momento um arco cômico. Minha gente, prestem atenção. Cômico. Ela quer me dizer que ver o Ash cantando "Candy Bar", uma música sugestiva pra caramba, e dançando, todo alegrinho, conosco sabendo do histórico dele, é algo engraçado? Olha, vou te contar, eu sou do tipo de pessoa que ri com o vento assobiando, mas isso aqui não tem a mínima graça. É triste, dá aflição. Além disso, a quebra de expectativa é gigantesca - afinal, quando a história se investia em algum momento engraçadinho era pra ilustrar o cotidiano do Ash com o Eiji e o entrosamento com a gangue dele. Era uma história que, por maioria, vinha numa narrativa séria, e do nada me aparece com isso? É quase ofensivo, sabia? E vejam bem, o fato do Ash retomar o passado cabuloso dele para se sair por cima não é o problema pra mim, ele já tinha feito isso antes. Mas sim a Yoshida querer que eu engula isso sendo feito como algo engraçado. Esse arco é uma senhora bola fora, e só não o desprezo mais porque alguns personagens, como o Papa Dino, são mais desenvolvidos nessa parte.
A RETA FINAL
Eu não queria dizer que eu acho a reta final de Banana Fish fraca, mas é exatamente o que eu acho. É um momento em que a história acelera bastante, quase atropela, e decide encerrar por intermédio de um personagem tirado diretamente o éter, que é o Coronel Foxx. Queria inserir aqui o meme do Otávio Ugá: "É 1h40min de filme e ainda tem personagem sendo apresentado". Parece que eu estou exagerando, mas sério, esse personagem sequer foi citado antes, ele só brotou porque a autora achou legal pôr um militar no meio do plot. Tipo "Ah, Rambo tem o Coronel Trautman, porque o Ash, que é quase Rambo, não vai ter um coronel também?". O mais legal que esse personagem faz é a traição lá, e o mais impactante é uma cena lá com o Ash, que não precisava ter, mas teve. "Mas Lives, o Blanca também apareceu do nada". Primeiro, por mais que ninguém tenha falado o nome dele, a presença do Blanca esse ser de beleza da gif aí sempre esteve na história - nos livros ou nas palavras do Ash. Segundo, o Blanca foi apresentado bem posteriormente sim, mas nem de longe foi abrupto como o Foxx. E uma coisa fundamental: Blanca é um bom personagem, já o Foxx, o que tenho à ver? Assim sendo, não venham me comparar um Playstation com um Polystation. Agradecida. E para tornar o Foxx alguém à altura do Ash, a Yoshida começa à apelar pra bastante conveniência de enredo, o que só fica repetitivo com o tempo. Por fim, o conflito final passa na velocidade da luz, se você piscar, perde de vista. Acabou não sendo tão grandioso como pensávamos que seria. Ainda assim, esse final não é de todo ruim, mas veja bem, comparado com o restante, ele fica bem na sombra, com toda a certeza.
  • E não, você não leu errado...
Acho que quem abriu esse post e chegou até aqui deve ter estranhado meu último tópico. Pois sim, eu falei sobre "A Reta Final", e não "O Final", e nem vou falar, esse não é o lugar para falarmos dessa polêmica que abalou as estruturas do mundo otaku e deixou muita gente traumatizada. Se serve de prelúdio para o futuro post que eu pretendo fazer sobre, eu não odeio o final, mas também não gosto dele. Eu compreendo as razões que guiaram para aquilo lá. Hoje, dois anos depois de ter lido pela primeira vez, meu pensamento evoluiu e coisas começaram à corroborar para que eu entendesse a decisão da autora. Certamente muita gente que diz que odeia o final, odeia a autora, enfim, não conseguiu digerir bem a história, e é daí que saem muitas resenhas precipitadas, acusando a história de ser um "potencial desperdiçado" pelo final. Mas assim, não me entendam errado, eu não sou fã do que aconteceu ali - Lives masoquista só existe quando eu tô jogando Diabolik Lovers e quero tirar o final bom, viu? Sofri igual todo mundo, e comigo foi pior ainda, pois eu levei esse tapa na cara quando não tinha ninguém munido de spoilers pra me avisar sobre.

Bem, esse foi o post de hoje. E vocês? Quais suas opiniões negativas sobre Banana Fish? Concordam com as minhas? Me deixem saber aí nos comentários. Lembrando, eu quero comentários construtivos, com hater eu nem converso. Um xero e até a próxima  <3

2 comentários:

  1. Primeiramente: EU AMO O CANAL DO OTÁVIO UGÁ! E ESSA FRASE DELE É ICÔNICA (metade das minhas frases meméticas são dele) SAJSAIJSIASIAJSIJAIS

    Prosseguindo: eu não assisti ou li Banana Fish ainda, mas mesmo assim decidi ler sua postagem sobre porque... Sim. Normalmente sempre gosto de surpresas e ter minhas próprias reações, mas né, quis ler mesmo assim. Porém, queria deixar registrado que li teu post e quando assistir Banana Fish lembrarei dos pontos aqui citados.

    Um beeeeeeeijo, Lives ♥

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  2. Olha só, parece que lavar a louça não é uma fonte de ideias apenas para minha pessoa ah-haha! Honestamente falando, eu fico tão entretida no meio desse processo que as vezes tenho de parar, secar as mãos e anotar o que me veio à mente, senão eu me esqueço e quando termino de lavar, já estou com outra coisa na cabeça! Enfim né, vou brecar as minhas falas de cotidiano, pois comigo, eu posso estar jantando e pensando em ene coisas.

    Olha que consigo te entender quanto ao traço Lives, pois eu sou super apegada a esse tipo de coisa. Para tanto já deixei de ler obras por conta disso, eu conseguia sentir a minha empolgação morrendo observando o traço a composição de ambiente, então matava qualquer vontade de realmente ler algo e, não sei se isso vai soar estranho para você mas eu enquanto uma não leitora de Banana Fish, notei uma mudança maior nos últimos links que você colocou na postagem. Me lembra muito doujin ah-haha, ou quem sabe o traço da Kohske, mas como eu adoro o trabalho da Kohske pra mim tá muito o.k. Mas vai saber se essa minha opinião muda lendo a história de fato, né? Quem sabe um dia eu possa concordar com você nesse ponto.

    Faz postagem com playlist Lives! Pode fazer que eu apareço para ouvir/ler!!

    E aqui eu vou ser sincera mais uma vez. Já devo ter esbarrado com Banana Fish em diversos momentos meus mas não cheguei a me interessar pelo nome mesmo, eu achava ele completamente engraçado e aquilo não me motivava a querer lê-lo de fato mas, agora lendo essa postagem até que me deu uma curiosidade positiva sobre isso. Ainda mais por saber que a série tem um final. Independente dele ser bom ou ruim ou mal feito ou trá-lá-lá, acho que o que mais importa é a jornada e tudo o que ela te traz enquanto leitor - tô dizendo isso depois de duas experiências completamente diferentes com mangás finalizados (aquele que você já sabe, Nanatsu no Taizai, e o outro complemente diferente, Kimetsu no Yaiba) e assim, pelo sim pelo não, o que eu realmente pesei em mim foi o que eu consegui tirar disso. Nanatsu é sem noção nenhuma, dá até dó de ver o trem indo ladeira abaixo, mas ao menos eu aproveitei algumas personagens ah-haha >:D
    E sobre a Merlin, eu não conseguia engolir ela de maneira nenhuma por ela ser a mais "poderosa" do negócio, sempre arrogante num ponto que me dava dor, sempre com a resposta, sempre sendo incrível e até quando ela foi pega de surpresa aquela expressão irritante dela não mudava em nada. Ela não me surpreendia, ela só era aquilo. Sem nenhum emoção diferente, sem nada que me fizesse querer ter empatia por ela. Mas aí eu relevava, ela ser assim não adicionava nem tirava, pois o Meliodas tava logo ali ao lado sendo a mesma coisa - até o arco final. Até Merlin mostrar que ela era tão poderosa que ela poderia ter quebrado a maldição que unia Meliodas e Elizabeth DESDE O COMEÇO CARAMBA!!!!!! Ela poderia ter feito algo decente desde o fucking começo e o que ela faz!? Simples, ela quer despertar o caos, porque a bonita sabia demais e queria saber AINDA MAIS e para isso ela tinha que librar aquele caos que, existe para nada na série! Tem noção do quão irritada eu fiquei!? KORKEWORKWOREWOK ela poderia ter resolvido tudo mas não, ela tinha que querer mais, sem nem se importar com os "amigos" dela e para isso o Nakaba me joga uma justificativa ridícula de "se ela contasse a verdade desde o começo vocês não entenderiam" - caramba, se ele tivesse feito isso desde o começo a serie poderia até ser melhor, argh!!!

    Desculpa o desabafo aqui Lives, mas como você tinha dito que gostava dela, resolvi soltar tudo que me incomodava no personagem dela :v agora eu vou ali, ler a outra postagem já que eu demorei dias para ler essa e ela se saiu muito boa~

    Beijos, Snow!

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