As Aventuras Bizarras de Lives Vendendo a Alma dela para JoJo

E aí, gente legal? Tudo bem com vocês? Espero que sim. Galera, sinceramente, quem sobreviver à essa pandemia vai ter muito o que contar, de verdade. O ócio da quarentena está deixando muito tempo livre para eu pensar em besteira, em coisa ruim. Ontem mesmo eu estava pensando em publicar um desabafo mega dramático hoje no lugar desse post sou meio drama queen às vezes de um dos meus momentos de "pensamentos intrusivos", mas melhorei meu humor hoje e acabei desistindo de mostrar esse meu desabafo. Só escrevê-lo já foi o suficiente, não preciso preocupar vocês com meus devaneios dramáticos. Em todo o caso, muita coisa importante vai acontecer essa semana. Eu honestamente prefiro contar depois que já tiver acontecido, mas posso adiantar que são coisas boas - bem pessoais, no entanto. Logo, não esperem nenhuma novidade bombástica no âmbito do blog. E devo confessar que eu estava em dúvida do que postar logo depois da nossa última blogagem do Together, que foi uma verdadeira aventura para mim e acabou saindo um post bem cabeçudo. Fazer o quê, eu sou uma pessoa cabeçuda. Mas até gente como eu precisa de coisas leves para espairecer e esquecer um pouco dos problemas da realidade. Foi nesse momento que eu e JoJo nos encontramos. Eu já devo ter comentado em algum lugar por aqui que estou assistindo ao anime, e de verdade, fazia tempo que eu não me sentia tão contente e tão conectada com um shounen. Desde YuYu Hakusho, para ser mais precisa. Pois sim, eu aprecio Boku no Hero, Shokugeki no Souma e Doctor Stone sim, me julguem, mas apreciar não é o mesmo que amar - e a coisa aqui tem muito amor envolvido. Curiosidade bateu? Se aprochegue mais e vamos conversar sobre esse anime bizarro de pirar o cabeção >>>

Andar no meio otaku e não se deparar com qualquer mínima referência ou fã de JoJo's Bizarre Adventure é basicamente impossível. Sejam pelas poses extravagantes ou os memes absurdos, a fanbase que esse anime construiu é muito bem consolidada, obrigada. São milhares de jojofags nome do fandom, até onde eu pude entender que vão espalhar a palavra de Hirohiko Araki, excelentíssimo senhor autor desta obra prima, mesmo que você não queira saber. E podemos dizer que foi assim comigo. Levar spoiler gratuito à rodo foi sem dúvida o estopim para que eu decidisse de uma vez assistir JoJo, ainda que eu já estivesse com essa vontade desde Monogatari Series, concluída por mim no começo desse ano. Por este motivo também, eu estava com receio de começar outra série muito grande - pois por mais que eu reconheça os valores narrativos da produção, eu não consegui me conectar tanto com Monogatari quanto eu gostaria. Havia pensado, inclusive, em trazer um post sobre aqui para o blog, mas aí me dei conta de que não lembrava de muita coisa que acontecia na série, e que a única personagem que de fato me encantou em todas as temporadas assistidas foi Hanekawa Tsubasa - ela se tornou uma das minhas personagens favoritas dos animes, vale dizer. Após minha experiência não tão bem sucedida com Monogatari (o anime não é ruim, longe disso, o problema sou eu mesma), um belo dia eu surtei e peguei JoJo pra assitir. E meu Deus. Meu. Deus. *inspira, expira* Por onde eu começo à explicar o que esse anime anda fazendo comigo, hm? Não sei, mas vamos tentar.

JoJo é um mangá/anime gigantesco, dividido em partes (oito no mangá, tendo sido cinco animadas até então), e para cada parte teremos um protagonista relacionado ao sobrenome Joestar e ao destino de sangue ao qual esta família está ligada. "O destino em sangue fez JoJo", nas palavras da abertura Sono chi no Sadame aka abertura foda, maravilhosa, amo demais. Na primeira parte, Phantom Blood, nós acompanhamos o nascimento do conflito entre Jonathan Joestar, um rapaz de bom coração e extremamente cavalheiro, com Dio Brando, seu irmão adotado e extremamente gênio ruim, que vai fazer de tudo para tomar o que é dos Joestar, mais especificamente do Jonathan. No meio dessa novela mexicana da Inglaterra vitoriana, o Dio acaba encontrando a ishii-kamen (máscara de pedra), um artefato confeccionado por um povo asteca dos primórdios que transforma seu usuário em vampiro. Então sim, o Dio vira um vampiro sanguinário - e Jonathan toma para si o dever de eliminar esse mau da terra. As consequências do final pra lá de trágico da primeira parte vão reverberar por anos, afetando os descendentes de Jonathan e nos presenteando com as sequências, e que sequências, meus amigos! Que sequências!

Antes de mais nada, acho bom especificar que JoJo só funciona do jeito que funciona comigo por uma pequena série de fatores: 1) Eu amo filme trash, e tem muitas situações na história que remontam umas trasheiras violentas do jeito que eu gosto, onde o sentido da situação não necessariamente importa, conquanto que provoque impacto; 2) Eu gosto de um bom anime de porradaria, e não tenho problema algum em consumir algumas narrativas mais simples; 3) Eu consegui me adaptar bem ao que o enredo precisa pra ser apreciado direitinho. Muitas pessoas, principalmente as que tem problemas em processar a bizarrice e a lógica sem lógica de JoJo, vão rejeitá-lo - e o pior é que nesse caso não tem muito o que se dizer. Realmente, o jeito que o Araki toca a banda aqui não é do gosto de todo mundo, é preciso ir de coração e cabeça aberta. Além do mais, aos otakus de paladar mais exigente, é possível que desagradem algumas conveniências e esquecimentos que o autor costuma fazer com a cara mais lisa do planeta. Sério, essa coisa do Araki esquecer de poderes, personagens e até regras do próprio universo é um meme dentro do fandom. Até isso virou meme, minha gente. Não vou dizer que passo pano ou que engulo cem por cento esses probleminhas do enredo num geral, mas eu comprei a ideia da série e gosto da honestidade do Araki em dizer, com outras palavras, que o mangá é dele e ele faz o que ele quiser. Franqueza é fundamental, gente, aprendam com titio Hirohiko.

Deixando essas coisas mais complicadas de lado, vamos falar das coisas fantásticas de JoJo, os motivos pelos quais me apaixonei pela série. Sobre os personagens: como podem existir tantos personagens tão bons num mesmo lugar? Sério, o Araki tem o dom de fazer personagens extremamente carismáticos, e de jeitos bem diferentes! Enquanto temos o Jonathan, o bom moço, sentimental, o típico cavalheiro vitoriano, porém deveras másculo (eu amo ele, de verdade, queria casar com ele); o Joseph, que é malandro, extremamente brucutu, e é mais esperto que o capeta quando o assunto é sair por cima nas situações de desvantagem; o Jotaro, um protagonista edgy que xinga todo mundo todo mundo mesmo, até a mãe e é extremamente badass; e o Josuke, um sujeito meio encrenqueiro, porém gente fina - à menos, é claro, que você fale mal do cabelo dele, porque aí ele te come na porrada sem dó a casa do Rohan manda lembranças. E isso porque eu falei só dos protagonistas, hein? O que dizer dos secundários - ou melhor, dos JoBros? Eu amo todos os JoBros que apareceram até agora, sério. Por mais que meus favoritos sejam o Caesar e o Kakyoin, gosto demais de todos eles.

Ainda no tópico de personagens, vamos falar dos vilões. Ah, os vilões de JoJo. Por estar assistindo a parte quatro no momento em que escrevo essa postagem, só fui apresentada à três vilões: Dio, os homens dos pilares e Kira Yoshikage. E eu fico abismada como todos eles são muito bons! Sério, todos são excelentes. Meu favorito, no entanto, não poderia ser outro que não ele mesmo, Dio Brando. Gente, sério, vejam bem aonde minha tara por vampiros me levou. O Dio é o vilão mais simples diria até raso que eu já vi na minha vida - maléfico, cruel, que gosta de causar o caos e fazer maldades porque ele é o vilão, e vilão faz vilania. Simples, direto ao ponto. O que torna ele alguém tão querido por um monte de gente? A honestidade que existe nessa simplicidade. O carisma desse personagem. Você termina gostando dele pela pura ruindade que o personagem demonstra, e principalmente pela quantidade de coisas icônicas relacionadas ao Dio. É o "WRYYYYY", é o "ZA WARUDO", é o "KONNO DIO DA!", além dos diálogos muito filosóficos  entendam a ironia envolvendo ele. Isso fora o jeitão todo seduzente com que ele se comporta! Lógico, eu não vou culpar você por não gostar dele - afinal, veja bem, estou exaltando um cara que matou um cachorro queimado, que beijou a Erina VOVÓ ERINA à força, que deu um tapa nela que fez a coitada da menina voar, e que matou inúmeras pessoas. Isso além do fato dele ser um dos causadores da grande bagunça que vai se desenrolar da Parte 3 em diante. Sim, eu sei que ele é um lixo, eu sei que ele é um escroto - mas eu consigo gostar dele mesmo assim. Eu queria pegar algum momento no futuro só pra falar dos vilões de JoJo, pois apesar de eu só ter falado do Dio, todos os caras são muito fodas e merecem um post para eles.

• Na calada da noite, com a mente vazia antes de dormir, o Jojofag escuta o singelo retumbar...

"KONNO DIO DA!"

Outra coisa que eu posso falar é da história. Não sobre a premissa em si, mas a forma muito eficiente que o Araki usa para conduzir sua trama, que também é diferente para cada parte. Nas duas primeiras, Phantom Blood e Battle Tendency, destaco a economia narrativa que o autor faz - e bota economia nisso. Pode parecer estranho, corrido num primeiro momento, mas com uma olhada mais atenta, a gente percebe que as primeiras partes, por menores que sejam, têm muito à dizer. Especialmente Phantom Blood, a parte menos quista por boa parte do fandom - eu discordo desse posicionamento totalmente, vale dizer. A terceira e a quarta parte são mais episódicas e, pelo tamanho, corriam um risco muito grande de se tornarem repetitivas. Mas o Araki é sagaz o suficiente para tornar as situações previsíveis em algo interessante de assistir acontecer, por mais que você saiba exatamente como vai terminar - isso quando ele não quebra totalmente sua expectativa! Pontuo também o humor sensacional presente na história, que transita entre o besteirol, as boas sacadas, o politicamente incorreto e o puramente ruim. É basicamente a encarnação daquela máxima: "O humor se tira de reagir normalmente a situações anormais". É um bom resumo sobre como JoJo funciona.

"RERORERORERORERORERO" - Noriaki, Kakyoin

"NIGERUNDAYOOOOOOO" - Joestar, Joseph (feat. coitado do Smokey no desespero e Kars, o maior carnavalesco e rainha de bateria da década de 1930)

Por último, devo comentar que a arte é um dos aspectos mais fundamentalmente bizarros em JoJo. Lógico, cada parte segue um estilo específico, geralmente ligado ao ano em que se passa, ao clima da história e à personalidade do JoJo que a protagoniza. Em todo caso, algo que é padrão para todas elas são a brusca troca de esquema de cores em momentos aleatórios. Não entendeu? É o seguinte: se for do gosto do autor, aquele personagem branco, de cabelo preto e olho azul pode ficar com pele e cabelo verdes e o olho rosa. Sim, desse jeito mesmo. De vez em quando, o esquema de cores troca mais de uma vez na mesma cena. Além disso, o fator das poses é outra coisa muito legal. Cada personagem tem sua pose, sua própria assinatura na série, e tem umas que são fisicamente impossíveis de fazer (*cof, cof* Polnareff *cof, cof*).

Eu digo que tu sois cabra macho se tu fizer isso aí, ó

Foi nessa parte do Battle Tendency que eu elegi minha parte favorita

Um último aspecto que eu quero comentar são os designs das Stands. Num primeiro momento, as batalhas em JoJo ocorriam à partir do Hamon, que podemos resumir como um Kung Fu do sol controlado pela respiração. Mas, à partir da Parte 3, o Hamon foi adaptado e ganhou uma forma física, que chamamos de Stands - criaturas com propriedades e poderes bem específicos. Eu adoro o design das Stands, e todas essas características únicas e muito criativas que o Araki cria para elas. No começo, as Stands possuíam nomes de cartas de Tarot (Hermit Purple, Hierophant Green, Death 13, etc). Depois, ainda na parte três, elas passaram à ter nomes de deuses egípcios (Seth, Anubis, Osiris, etc). Na parte quatro, as Stands começaram à ter nomes que fazer referência à músicas e músicos do rock, algo que já acontecia em JoJo desde o começo se você não conhece o Dio cantor pode ir procurando nesse exato instante, mas que foi expandido na parte quatro. Temos Stand com nome de Kiss, Killer Queen, Pearl Jam, Heaven's Door, enfim, um monte. E é simplesmente maravilhoso, enquanto uma amante do rock e do metal, pegar essas referências.

Pois bem, creio já ter falado um monte como sempre. Como já comentei com a Snow, pretendo fazer um post no estilo 30 days challenge para JoJo, mas isso só quando eu terminar a parte 7. A parte 8 não me é uma prioridade ainda, afinal, ainda está em publicação, mas quando terminar eu farei questão de ler. Por hoje foi só e espero que vocês tenham curtido o post até aqui! Um xero e arrivederci <3