16.10.20

Together | Um Momento de Desabafo

Olá, pessoal! Sejam bem-vindes à blogagem do Together do dia de hoje! Neste fantástico mês de Outubro, foi proposto para nós escrever um conto aterrorizante com base em quatro palavras dadas pela nossa CEO, a Shana, e que ficaram para nós escolhermos qual nos era melhor. Sendo honesta, quase que a minha postagem desse mês não saía, fosse porque eu ando ocupada à beça (JoJo, trabalho e estudo) fosse porque não apareciam boas ideias de canto nenhum. Calhou de hoje eu ter um surto de criatividade e sair esse "relato" meio perturbado, que eu escrevi em pouquíssimo e que nem de longe é das coisas mais inspiradas que eu fiz, mas verdade seja dita, me diverti horrores escrevendo. Seria mais pesado se eu tivesse me preocupado em detalhar mais as coisas, mas ainda assim deixo um aviso de citação à alguns temas sensíveis. Pessoalmente, eu não acho que coloquei algo alarmante ao ponto de ser um aviso de gatilho, mas vai saber, sempre bom avisar.

No mais, eu também estou adorando a atividade interativa do Together. Dei uma paradinha nela por alguns dias, já que Jojinho tem sido o dono do meu tempo livre, mas logo mais eu vou estar espalhando mais travessuras e até gostosuras, quem sabe, blogosfera à fora. É isto, vamos ao conto.


MEU CONJUNTO DE PALAVRAS FORAM: LOBISOMEN | SALTO ALTO | VERMELHO | VELAS

Não sei nem por onde eu começo à escrever esta postagem. Em verdade, eu não deveria estar escrevendo-a neste momento. Em verdade, vocês não deveriam estar lendo-a. Eu vou usar essa postagem mais como uma forma de desabafar, desanuviar do episódio tão emocionalmente desgastante que me ocorreu na noite passada. Eu vou falar algumas coisas que você talvez se incomode em ler. Não se force por minha causa. Estou escrevendo mais para me livrar desse peso do que para ser lido.

Esse desabafo começa quando eu me deparei com um conhecido meu dos tempos de Fundamental I. Adineyson, o nome dele. Vou delatar mesmo, foda-se - o que eu tenho a perder numa hora dessas? Mais nada. Eu nem sabia que ele morava por esses lados ainda, e muito menos que ele tinha virado a própria imagem do trombadinha alcoólatra de Toddynho. Ele usa uma daqueles penteados horríveis, que ficam só as pontas pintadas, saca? Vermelho que é a cor.  Ele me cumprimentou, e eu fingi que não vi. Ele falou mais uma ou duas groselhas, até que eu mandei ele ir pra casa do cacete encher o saco de uma cega (gíria popular da minha região pra "vai arranjar o que fazer"). Ele ficou me assediando mais um bocado, até que uns homens dum bar ali perto vieram tirar o imbecil de perto de mim. O cara apontou o braço pra eles e mandou um "tu não tá vendo com quem tu tá te metendo, cabra de peia?".  O braço esquerdo dele era todo tatuado, e tinham algumas palavras escritas errado, mas que eu não liguei muito de primeira.

Ah, se eu soubesse desde o princípio o que aquelas tatuagens queriam dizer. Sabem, aqui por onde eu moro tem um problema seríssimo: os saques que os bandidos fazem em sítios e casas longe do centro urbano. Já escutei histórias horríveis sobre como esses saques terminaram. Teve um moço que teve a família inteira morta por esses caras. Já teve roubo de moto, animais sendo roubados de madrugada, e os mais ruins chegaram ao ponto de... abusar... duma senhora de idade. Por ela não ter mais do que 50 reais em casa. Essa gente não tem qualquer sinal de escrúpulo, nenhum mesmo. Tudo um bando de criminoso safado que só quer saber de perturbar a paz dos outros.

Adineyson não foi muito diferente. Quando eu era mais nova, ele me infernizava o dia inteiro na escola, o meu próprio Nêmesis. Foi ele quem jogou achocolatado no meu cabelo, foi ele quem me derrubou de um batente, foi ele que fez eu odiar a imagem que eu vi no espelho durante muitos e muitos anos. Eu sempre senti muito ódio desse sujeito, e honestamente pensei que os anos tivessem aliviado esse sentimento ruim, mas não - eu só queria esculachar a cara desse infeliz com gosto, deixar ele irreconhecível até pra mãe.

Infelizmente, o lugar em que ele estava era perto da minha casa. Ele viu onde era minha casa. Não passou pela minha cabeça que isso fosse dar alguma ideia à ele. Agora eu penso: e se eu tivesse sido esperta? Se eu tivesse esperado ele ir embora, antes de dar meu endereço de bandeja? Primeiro de tudo, e se eu sequer tivesse saído naquele momento? Eu deveria ter evitado. Nada paga o que eu passei noite passada. Nada apaga. Dói, só dói muito. Mas agora, eu sei bem: nada tinha como evitar aquilo. Adineyson saber onde eu morava foi só uma parte - nem a metade de tudo o que aconteceu.

Eu cheguei em casa. Briguei com a minha mãe porque ela achou ruim eu ter entrado com a sandália suja de lama. Briguei com a minha irmã por ela estar gastando a tinta das minhas canetas. Briguei com meu pai porque ele defende o porte de armas, e porque assistir Sikeira Jr. estava deixando-o cada vez mais violento, biruta das ideias. Sentei no sofá e pensei "eu não aguento mais essa casa".

Naquela manhã, tinha escutado mais uma notícia sobre esses saques no interior. Quatro saques. Quatro endereços diferentes. Todos os saques aconteceram ao mesmo tempo, mas como a polícia não sabia, eles só conseguiram chegar à tempo de constatar a desgraça feita. Uma madrugada de buscar se enveredou daí, e acabaram encontrando uma mulher, membra do mesmo grupo dos saqueadores. A cidade carinhosamente a chamava de puta finíssima, só por causa do seu salto alto quinze, saia curta e meia arrastão, já diziam que ela tinha cara de rapariga. Foi ela quem chegou na TV e disse que, se a polícia não liberasse ela, todo mundo da cidade tava fudido. Que os homens iam virar o mundo de cabeça pra baixo, queimar nosso distrito até que ficasse que nem o inferno. 

A polícia ficou de orelha em pé, mas não o suficiente para prevenir a desgraça que ia acontecer em poucas horas. 

A noite começou com uma batida de carro perto dum poste na esquina da minha casa. Quase que simultaneamente, acabou a luz. A frente da minha casa ficou um breu, e não dava pra ver o que acontecia - só algumas pessoas andando com a lanterna do celular ligada, tentando entender o que estava acontecendo.

Uma. Duas. Três. Quatro. Vapt Vupt! Silencioso e limpo, ninguém escutou nada. 

Dentro de casa, a gente acendeu umas três velas e ficamos na cozinha, esperando a luz voltar. Não tinha sido a primeira vez que faltava luz por essas bandas. Um carro tinha batido, sim, mas de que ia adiantar a gente ir ver? A gente não é do SAMU.

Mãe botou água pra esquentar, pra dar banho na minha irmã. Pai e eu ficamos conversando sobre livros, e enquanto isso os números foram aumentando. 

Na loja de conveniência, o número subiu para sete. Na primeira casa da esquina, subiu para onze. Na segunda, subiu pra dezesseis. Na terceira, subiu pra vinte. Na quarta, quando o número estava prestes a contabilizar vinte e dois, a gente escutou um grito de uma mulher. Da nossa vizinha. A quinta casa era a nossa. Daí alguma coisa explodiu para os lados da praça, e eles abandonaram a discrição, o cuidado em esconder as vítimas das facas que eles carregaram na mão. Foi muito rápido. Eles emburacaram na nossa casa, já apontando as facas pra minha mãe  e meu pai. Mamãe foi ligeira, pegou a água que estava fervendo e jogou nos três homens que tinham entrado. Enquanto eles ficavam se contorcendo, minha mãe pegou minha irmã no colo e foi direto para a área de serviço.

Meu pai pegou um cutelo e foi ficar na dianteira por nós. Conseguiu acertar uma fincada bem dada na cabeça do que estava mais próximo e havia feito menção de se erguer, o que foi suficiente para mandá-lo dessa pra outra. Não fosse Adineyson, que não tinha levado queimaduras tão graves, tudo teria sido perfeito. Ele enfiou o facão até o cabo nas costelas do meu pai. Eu não tive reação. Minha reação foi não reagir. Ele tinha sobrevivido? Como poderia? Aquilo deve ter ferrado senão o pulmão, o coração, ou até os dois, foi o que eu pensei. Cada pedaço de mim congelou, e eu fiquei inerte. O que eu devia fazer?

Meu pai caiu no chão. Naquele momento, eu cedi - pareceu certo pensar que ele tinha morrido ali. Na queda, acabei puxando o lençol da mesa. Haviam duas velas em cima do tecido. Quando o incêndio começou, eu ouvi o grito da minha mãe e outro da minha irmã. O que estava acontecendo? O mundo estava girando, e o gás carbônico fazia minha garganta arder e meus olhos lacrimejarem. Eu tinha que tirar meu pai dali. Eu tinha que fazer alguma coisa.

Eu comecei a jogar as cadeiras da mesa na direção de Adineyson. Eu literalmente as jogava, mas desejava forças o suficiente para arremessá-las. A fraqueza dos meus braços, no entanto, só ajudou à aumentar o fogo. Não tinha conseguido acertá-lo. Corri até a sala de estudos do meu pai, que ficava na garagem, em busca de algo que eu pudesse usar para me defender. Foi quando senti alguma coisa me atingir.

Adineyson tinha conseguido cravar a ponta do facão nas minhas costas. Não sei como explicar a dor que senti, mas sei dizer que o impacto foi suficiente para que eu não sentisse mais nada. Ainda que tudo doesse em minhas costas, continuei à andar, sabendo que o desgraçado estava no meu rastro. Foi aí que eu encontrei: o martelo. Peguei-o com o restante de força que tinha, e mirei a cabeça do martelo no crânio de Adineyson. A primeira vez havia sido o suficiente para nocauteá-lo, e eu não lhe dei descanso. Acertei mais um, duas, um monte de vezes. Os ossos da cabeça eram duros, mas se tornaram tenazes perto da fúria assassina que tinha tomado conta de mim. Martelei até escutar algo rachar. Até um círculo perfeito em sangue se formar na cabeça daquele filho da puta, uma aréola de sangue digna de um demônio como ele.

Estendi meu braço até alcançar a faca nas minhas costas e desenterrá-la. Por Deus, como sangrava. Nunca sanguei tanto assim na minha vida. Foi nesse momento em que eu vi: Adineyson tinha alguma coisa nas costas. Uma espingarda, daquelas de matar passarinho - mas carregada com balas de pólvora. Já tinha ido com meu avô numa dessas, mas nada que me desse habilidade de fato para manejar a arma. Tanto que quando vi um homem tentar dominar meu pai, que se contorcia no chão tentando se defender (estava vivo!), e atirei, a única coisa que consegui foi deslocar meu braço com o recuo da arma.


Ajudei meu pai a se levantar, e tentei tirar o facão de suas costelas, mas estava muito fundo. Era arriscado demais tirá-lo. Nos apoiando um no outro, fomos atrás da minha mãe - que não estava em lugar nenhum. Nem minha irmã. Nós dois ficamos em pânico. Lembrei de seus gritos, e temi pelo pior. Saímos pelo beco de casa e nos deparamos com a rua totalmente escura, iluminada apenas por focos de incêndio e preenchida por gritos de socorro. Aquilo era terrível. Haviam pessoas sendo mortas no meio da rua, e nenhum policial sequer entre elas.

Onde eles estavam? O que estavam esperando para aparecer?

A perda de sangue estava começando a me afetar. Minha mente estava ficando nublada, eu me sentia fraca. Tanto os meus vizinhos da direita quanto os da esquerda tinham sido mortos. Á quem eu iria pedir ajuda? Foi então que vi minha mãe, e entendi com pavor aonde eles estavam levando-a. Para a casa dos meus avós, os pais dela. 

Procurei por minha irmã entre eles, e não a encontrei. Meu pai a avistou, bem longe dali. Ela chorava alto e chamava por nós, abandonada entre pessoas que corriam desesperadas e os seus algozes cruéis. Um destes deu um tiro na cabeça de uma pessoa, e o corpo sem vida caiu exatamente em cima dela, que congelou diante do que viu. Meu pai saiu de perto de mim, e cambaleando foi atrás dela. Quando a alcançou, só teve tempo de ver aquilo que lhe atingiu: um carro. Passou por cima dos dois. 

Uma mancha enorme de sangue surgiu. Eu já não escutava mais a voz da minha irmã.

Meu corpo se moveu sozinho. Fui para a casa dos meus avós, mas não pude fazer nada. A casa já estava completamente em chamas quando eu cheguei lá. Queimaram a casa, minha mãe e meus avós. A morte veio me beijar com uma facada derradeira nas costas. Foi quando vi a tatuagem - a mesma que estava escrita errada no braço de Adineyson - "Lobisomen". E fui ao chão, sentindo a vida se esvair conforme o sangue abandonava meu corpo.
UMAS PALAVRINHAS À MAIS
  • 》Eu não sei se a Shana colocou "Lobisomen" escrito errado propositalmente ou não, mas usei a palavra do jeito que estava lá no Together;
  • 》Minha história não foi baseada num fato isolado real, mas essa falta de segurança nos sítios aqui do brejo paraibano é real e é problemática. De agressões à abusos à crimes diversos acontecem nesses lugares, onde geralmente moram pessoas idosas que não tem como se defender de modo algum, mas nada muito relevante é feito quanto à isso;
  • 》Nenhum nome citado nessa história faz referência à pessoas reais;
  • 》Esse post foi mais "limpo", ou seja, sem imagens, por dois motivos: 1) Eu não consegui achar nenhuma imagem que coubesse nessa narrativa e combinasse com esse layout todo rosinha, paz amor e flower; 2) Essa interface nojenta do blogger tira todo o tesão de colocar qualquer ilustração. Nosso último post sobre Fushigi Yuugi foi um infeeerno de editar;
  • 》Eu não corrigi nem aparei arestas desse relato propositalmente. Não imagino que uma pessoa real, ao relatar uma história dessa, vá se preocupar com repetições de palavras ou coisas do tipo;
  • 》Eu ia usar o conjunto de palavras que escolhi para fazer uma subversão da história da Chapeuzinho Vermelho, mas nada do que eu escrevi me deixou satisfeita;
  • 》Eu tive a ideia final dessa história enquanto resolvia um problema de trigonometria. Taí o porque de ter saído o que saiu.
  • 》Inicialmente eu queria fazer desse conto uma espécie de "pegadinha" - uma postagem simulando o anúncio de um hiatus que iria descambar numa história macabra. No entanto, por conta das regras dessa blogagem e a possível falta de bom gosto em fazer algo do tipo com vocês, eu deixei isso de lado.
É isto! Se você leu até aqui, muito obrigada por sua atenção. Estou honestamente aliviada que consegui enfim entregar essa postagem. Mais alguns dias postergando e eu ia acabar não escrevendo nada. Semana que vem a gente tem um post mais felizinho, good vibes depois de toda essa violência. Um xero e até a próxima <3

3 comentários:

  1. Ugh, essa interface do Blogger realmente está sendo um saco de se lidar. Fica complicado escrever algo com ele salvando o texto automaticamente a cada segundo, sem contar que emperequetar uma postagem com imagens tá mais triste do que eu sequer poderia imaginar - tá dando mais raiva do que qualquer outra coisa escrever uma postagem ;w; mas enfim, ossos do ofício atual.

    E caramba, eu tô aqui pensando no quê dizer exatamente sobre o que li. Está bom Livez, muito bom. Por mais que eu não esperasse ler um cenário desse em primeira pessoa tão cedo? Não sei como dizer, estou tão acostumada a ver algo do tipo em filmes que, ler é uma outra sensação mesmo, mas não deixa de ser bom. Uma ótica diferente. Estou muito contente em poder ter lido algo seu, e que tenha conseguido publicar a sua postagem a tempo :)

    E respondendo rapidinho ao seu comentário: Poxa Lives, dê uma chance ao anime de Soul Eater ;w; ele foi bem feitinho e trilha sonora é muito boa ;w; amo de coração ;w; o mangá vai te cansar um tico, aposto nisso kroewkrowr
    Quanto a Deadman Wonderland, o anime parou na pior parte, porquê dá uma esperança infeliz para quem assiste que não acontece de fato, o mangá é incrível do começo ao fim, esse sim é superior a animação em todos os níveis! E yayy!! Minhas horas perdidas escolhendo músicas deram resultado!!
    A minha relação com Kohta Hirano é a seguinte. Eu odiei ele quando estava no colegial, eu dizia isso para cima e para baixo. Se eu encontrasse com ele em algum momento eu socaria ele na barriga mesmo mas, isso passou. Eu ainda não vou com a cara dele mas gosto de Hellsing e do traço dele então meh, porém eu não odeio ninguém a ponto de dedicar uma carta. Eu realmente não consigo dedicar ódio ou um sentimento negativo a alguém por muito tempo então eu só resgatei essas emoções na carta mesmo. Fim. :) E por favor, leia Tarot Café! É curtinho e muito bem feitinho, principalmente as roupas do Belus korwktoewkto
    E eu só assisti "O Enigma de Outro Mundo" porque meu pai ficou ofendido quando eu perguntei sobre o que se tratava um filme chamado "a coisa". Tipo, quê coisa? É aquele cara do quarteto fantástico? Aí eu vi e fiquei olhando para cara dele, enquanto ele dizia o quão incrível o filme tinha sido no ano em que lançou e eu fiquei pensando "com certeza foi, o enjoo que ele me deu também". Mas seria fazer pouco caso, não citá-lo naquela lista.

    Beijos, Snow!

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  2. Hello Lives!

    Quero te parabenizar pelo conto em primeira pessoa, te falar que eu não sou muito fã de historias assim. Mas a sua foi muito bem elaborada e eu li do início ao fim! Sensacional!

    E cara, vc soube aproveitar de um erro de digitação e incremento mais ainda. Se fosse eu tinha concertado e pronto. Maravilhoso!

    Vamos reclamar do blogger, pq eu estou muito P da vida. Eu fiz uma capinha para a minha e cade qur consegui por ela no post! Desisti e foi sem mesmo, pq ja estava dando raiva. BLOGGER VAMOS MELHORAR ESSAS ATUALIZAÇÕES, POR FAVOR!

    É isso ai linda!
    Bjinhos 😘

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  3. Caraca, que conto pesado! Eu não esperava nada desse tipo, socorro! UAHEHAE Achei muito bom, tô com medo de deixar minha varanda aberta e tudo mais, mas me diverti lendo, auehauhe.

    Beijinhos! ♡

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