
Aliás, tenho muita vontade de ressuscitar a minha tag de "The Books on the Table" fazendo posts solos para séries literárias e listas, nesse formato que vou testar hoje, para livros únicos. Se eu ver que tem futuro e se eu tiver coragem para desenvolver esse tipo de postagem, farei-lo-ei, afinal, literatura é algo que faz grande parte em minha vida e que eu gostaria de compartilhar mais com vocês leitores. Esses quase dois anos sem postar me deram uma bagagem interessante de assuntos pra falar, espero que gostem do que vem por aí <3
Inclusive, venho por meio dessa postagem, no dia de hoje, falar com vocês sobre alguns mangás que eu não vejo muita gente comentando por aí e que de alguma forma podem acrescentar à vocês. Vão ser meio que mini-resenhas de alguns títulos pouco comentados em suma, já que penso que um post solo de cada um iria ficar maçante de ler e de escrever. Vamos >>>
OBS. O teaser saiu, eu vi, surtei, fiquei no hype e minha concentração foi PRO ESPAÇO. Obrigada MX pelos mimos.
Inclusive, venho por meio dessa postagem, no dia de hoje, falar com vocês sobre alguns mangás que eu não vejo muita gente comentando por aí e que de alguma forma podem acrescentar à vocês. Vão ser meio que mini-resenhas de alguns títulos pouco comentados em suma, já que penso que um post solo de cada um iria ficar maçante de ler e de escrever. Vamos >>>
OBS. O teaser saiu, eu vi, surtei, fiquei no hype e minha concentração foi PRO ESPAÇO. Obrigada MX pelos mimos.
RG VEDA

Nesse plot, tudo pode acontecer. À exceção unicamente de Yasha-ou, que realmente ama Ashura (e cujo "amor" também não encontra definição óbvia, pode ser tanto o amor de um pai como o amor de um amante mesmo, por mais estranho/incorreto que seja) e faz de tudo pelo bem dele, o restante dos personagens é passivo de decisões boas e ruins na mesma medida. O próprio Taishakuten não é um vilão tão óbvio, muitas coisas se escondem por trás das decisões que ele tomou - daí ao leitor dar razão ao que ele fez ou julgar errado, só lendo pra ter um juízo. Outra coisa que acho interessante aqui é como as relações entre os personagens são intensas, seja no amor, no ódio, na amizade, tudo é sempre muito pesado, com muito significado e é um recurso muito utilizado aqui pra subverter expectativa - por isso, digo desde já: nem todo mundo é o que parece ser. Além disso, temos aqui citada e um pouco trabalhada de que Ashura é uma criança "sem sexo", que não tem gênero, o que já revela também um traço narrativo da CLAMP que é explorar questões de sexualidade de forma aberta, natural e pouco abordadas no mainstream da época.
Pra mim é uma surpresa enorme encontrar tanta informação e tanto desenvolvimento em um mangá tão pequeno, que só possui 10 volumes e 19 capítulos (sim, os capítulos são grandes, mas ainda assim me deu a impressão de que a história é ligeira, curta). No entanto, não é uma obra perfeita, pelo contrário: existem coisas que parecem pura conveniência de enredo, alguns aspectos rasos e até mesmo sem explicação. No entanto, ainda acho que é uma leitura obrigatória pra quem se diz fã de CLAMP.
OBS. Inclusive RG Veda é o responsável por me fazer ler Mo Dao Zu Shi, porque da primeira vez em que pus os olhos nocrush da nação Wei Wuxian, achei ele parecidíssimo com o Ashura.
OBS. Inclusive RG Veda é o responsável por me fazer ler Mo Dao Zu Shi, porque da primeira vez em que pus os olhos no
AKU NO HANA

Aku no Hana leva influências fortíssimas e nem um pouco sutis da obra "As Flores do Mal", do francês Charles Baudelaire. Dito pelo próprio protagonista como sua obra favorita, se trata de um verdadeiro calhamaço, um compêndio lírico sobre o que há de mais vil e hostil na natureza humana. "Neste livro atroz, pus todo o meu pensamento, todo o meu coração, toda a minha religião (travestida), todo o meu ódio", é o que Baudelaire diz sobre seu trabalho, e é honesto quando admite que ele está lá unicamente por esse motivo, não para ser agradável, não para levantar bandeiras. Em Aku no Hana, a ordem é só uma: pegar a cabeça desses jovens tempestuosos e abri-las, incorporar suas vontades. Vemos Nakamura, que está cansada de ser cobrada para se encaixar em um padrão, chutando totalmente o balde. Vemos Kasuga, que tem questionamentos e dúvidas sobre a "ordem das coisas", entrar em completo descontrole quando pressionado por essas normas. E principalmente, vemos a Saeki, que convive com expectativas as quais ela não pediu pra ter, se maquiar como a filha perfeita para agradar aos outros, sem nunca agradar a si mesma. O autor faz com que a puberdade seja ponto de partida para vários questionamentos interessantes, referentes, aliás, à toda a vida, não exclusivamente dessa fase, se utilizando de bastantes recursos visuais para tal.
No mais, o maior defeito dessa história pra mim é o final. Ele não é muito claro para mim, não sei se o entendi bem, não sei se deixar confuso era a intenção do autor, mas acabou só me soando bem vago. Ainda assim, vale bastante a pena para quem se interessar.
Aliás, gostei tanto desse aqui que fui ler o mangá mais recente do mesmo autor, Happiness, assim que ele terminou de lançar - e apesar de muuuuitas ressalvas, acabou sendo uma leitura bem gostosinha e que eu, honestamente, gostaria de ver animada.
HAKUSHAKU CAIN SERIES

Se trata de um plot gótico até o último ponto de nanquim. Aqui há a tragédia, a morbidez, o questionamento sobre aspectos do ser humano, há o romance (de várias formas, tendo até duplo sentido), há a Londres do século XIX em suas vielas sujas, que escondem segredos escabrosos, bem como suas iluminadas ruas dos centros, onde os bons homens transitam com suas máscaras de honra e hombridade. Aqui, cada bom homem tem seus interesses para ser bom. Há também a provocação, através da subversão de vários contos e cantigas da mamãe gansa (que são costumeiramente direcionadas à crianças, do tipo Humpty Dumpty), da presença constante do indigesto tema incesto (não é romantizado, e chega até mesmo a ser subvertido) e da relação bem complexa entre o Riff e o Cain, que assume tons paternais e pode também assumir tons românticos na mesma medida. Sim, as narrativas da Kaori gostam de tratar de tabus, mas ao menos aqui isso não é tão aberto como é em Angel Sanctuary
Por último, é importante citar que a história é dividida em duas partes: Hakushaku Cain Series e GodChild, a primeira conta da juventude do Cain e como ele se tornou o Conde dos Venenos e a segunda conta da perseguição dele contra a Delilah. É um dos meus mangás favoritos, vindo de uma das minhas autoras de mangá favoritas - se você tiver estômago, essa história é uma recomendação que vem do coração.
GOLDEN DAYS
Desde já fiquem sabendo: eu não tenho qualquer maturidade para resenhar esse mangá com pontos negativos igual fiz com os anteriores. Me recuso dar defeitos à algo que me fez tão bem. Sendo um BL fofíssimo, ideal para diminuir o estresse, a história acompanha Soma Mitsuya, um jovem que possui um péssimo relacionamento com sua mãe super protetora, e que piora após ela o proibir de tocar violino. Quando vai em busca do seu avô, Yoshimitsu, grande apreciador do instrumento e que está internado há muito tempo no hospital, Mitsuya é apresentado à uma fotografia da juventude de seu avô, que deseja, despretensiosamente, poder voltar no tempo. O que eles não sabem é que o desejo de Yoshimitsu se realiza, mas é Mitsuya quem volta no tempo no corpo do avô, tendo que viver os anos de 1921 ao lado da família Soma da época.
Olha, eu podia passar horas tecendo elogios para essa história, mas a verdade é que ela funciona melhor quando o leitor chega sem grandes pretensões. O que posso dizer, então? Que você vai encontrar uma boa reconstituição de época, bons personagens, um romance leve, fofinho feito uma nuvem, e um final simultaneamente previsível e agridoce. Acredito que depois de tantas histórias pesadas, que gostam de cutucar feridas e abrir outras, um plot como Golden Days é a calmaria no meio da tempestade. Aqui, aprendemos como cada minuto da vida é importante, e como cada pessoa pode ser importante na nossa vida, para bem ou para mal. Além do Mitsuya, que passa boa parte da história surtando refletindo, temos o nosso outro querido personagem, Kasuga Jin: um mestiço homossexual que sofre preconceito da família pelas suas origens familiares, mas que apesar de ser acuado de todos os lados, é um doce de pessoa. Bem, por mais invasivo que ele possa ser parecer no começo, é daquele tipo de personagem por quem você inevitavelmente se apaixona. Uma obra pouco comentada que trago para os amantes de histórias levinhas!
É isso, gente fina! Espero ter conseguido indicar ao menos uma obra que vocês não conheciam. Um xero no cangote de cada um e até a próxima <3
Olha, eu podia passar horas tecendo elogios para essa história, mas a verdade é que ela funciona melhor quando o leitor chega sem grandes pretensões. O que posso dizer, então? Que você vai encontrar uma boa reconstituição de época, bons personagens, um romance leve, fofinho feito uma nuvem, e um final simultaneamente previsível e agridoce. Acredito que depois de tantas histórias pesadas, que gostam de cutucar feridas e abrir outras, um plot como Golden Days é a calmaria no meio da tempestade. Aqui, aprendemos como cada minuto da vida é importante, e como cada pessoa pode ser importante na nossa vida, para bem ou para mal. Além do Mitsuya, que passa boa parte da história surtando refletindo, temos o nosso outro querido personagem, Kasuga Jin: um mestiço homossexual que sofre preconceito da família pelas suas origens familiares, mas que apesar de ser acuado de todos os lados, é um doce de pessoa. Bem, por mais invasivo que ele possa ser parecer no começo, é daquele tipo de personagem por quem você inevitavelmente se apaixona. Uma obra pouco comentada que trago para os amantes de histórias levinhas!
É isso, gente fina! Espero ter conseguido indicar ao menos uma obra que vocês não conheciam. Um xero no cangote de cada um e até a próxima <3
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